Saiba como Funciona o Dosímetro Radiológico Individual

Olá pessoal, tudo bem? Uma das dúvidas mais comuns dos estudantes de radiologia é sobre Dosímetro Radiológico, principalmente os que estão chegando no estágio. Os Dosímetros Radiológicos são fundamentais para todo profissional que trabalha em setores com equipamentos emissores de radiação ionizante. Todos tem de estar sendo monitorado individualmente com o uso de Dosímetro Radiológico Individual. Então vamos lá!

Efeitos Biológicos da Radiação Ionizante

A interação da radiação ionizante com a matéria produz alguns efeitos, como esta energia ioniza átomos as estruturas moleculares são alteradas, essa alteração causa danos celulares resultando em diferentes patologias, dependendo da dose, quantidade e tempo de exposição.

Pois bem, os profissionais que trabalham com a radiologia, em vista da Radioproteção denominados Indivíduos Ocupacionalmente Expostos (IOE’s), estão expostos à radiação ionizante e, mesmo que respeitando toda a proteção radiológica, utilizando os aventais plumbíferos, protetores de tireoide e com a sala seguramente blindada, é necessário controlar as doses de radiação que o profissional foi exposto através do Dosímetro Radiológico Individual.

O real objetivo do dispositivo é controlar a radiação recebida pelo profissional durante o exercício da profissão, afim de reduzir os riscos de danos biológicos causados pela radiação ionizante, sendo utilizado no Radiodiagnóstico, Medicina Nuclear, Radiologia Industrial, Radioterapia e também em Pesquisas com utilização de equipamentos que utilizam a radiação ionizante.

Como Funciona?

É um dipositivo com uns 10cm, variando de fabricantes, o mais comum consiste de cristais com termoluminescência, chamados de TLD (Dosímetro Termoluminescente), esses acumulam a radiação ionizante a qual são expostos e depois no laboratório através de um processo térmico, essa radiação é liberada em forma de fótons (luz), a quantidade de fótons liberados é relativa a quantidade de dose de radiação ionizante.

O laboratório envia relatórios as instituições com a dose de cada profissional durante o período de uso daquele determinado dispositivo.

Existem diversos fabricantes de Dosímetros, a PRO-RAD por exemplo tem uma página com diversas dúvidas relacionados a dosimetria pessoal na radiologia.

Para profissionais que atuam com uma exposição maior na área das mãos existem os Dosímetros Radiológicos em formato de anel e pulseira, mais comuns na Medicina Nuclear, estes também são compostos de cristais de termoluminescência.

Portaria 453 de 1998

A Portaria 453 de 01 de junho de 1998 – Diretrizes Básicas de Proteção Radiológica em Radiodiagnóstico Médico e Odontológico estabelece no Capítulo 3 – Controle Ocupacional as normas para monitoração individual com informações importantes sobre o uso do dispositivo:

“3.47. Monitoração individual

  • Os titulares devem estabelecer um programa rotineiro de monitoração individual;
  • Todo indivíduo que trabalha com raios-x diagnósticos deve usar, durante sua jornada de trabalho e enquanto permanecer em área controlada, dosímetro individual de leitura indireta, trocado mensalmente;
  • A obrigatoriedade do uso de dosímetro individual pode ser dispensada, a critério da autoridade sanitária local e mediante ato normativo, para os serviços odontológicos com equipamento periapical e carga de trabalho máxima inferior a 4 ma min / semana.
  • Os dosímetros individuais destinados a estimar a dose efetiva devem ser utilizados na região mais exposta do tronco.
  • Durante a utilização de avental plumbífero, o dosímetro individual deve ser colocado sobre o avental, aplicando-se um fator de correção de 1/10 para estimar a dose efetiva. Em casos em que as extremidades possam estar sujeitas a doses significativamente altas, deve-se fazer uso adicional de dosímetro de extremidade.
  • dispositivo é de uso exclusivo do usuário do dosímetro no serviço para o qual foi designado.”

Estes são alguns itens da Dosimetria Radiológica Pessoal incluídos na Portaria 453, nela são definidas as responsabilidades do uso do dispositivo e o seu uso correto.

Dosímetro Radiológico no Estágio de Radiologia

De acordo com o CONTER – Conselho Nacional dos Profissionais da Radiologia, os estudantes durante o estágio supervisionado não deve ter custos com o dispositivo, a responsabilidade dos Dosímetros é das instituições de ensino.

Fonte: Radiologia Blog por Thiago Rubens
Imagem: Pro RAD

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